Fistulas durais medulares

Fístulas durais medulares se referem às fistulas que ocorrem na dura-máter do canal raqueano (da coluna, desde cervical até lombosacral). Tal qual as fístulas durais intracranianas, elas são uma patologia adquirida e situam-se na dura-máter que envolve a medula. Essas fístulas afetam o funcionamento da medula por dificultarem a  drenagem venosa e acarretarem um edema (inchaço) da medula.

O diagnóstico dessas fistulas é por vezes difícil pois os sintomas não são muito específicos e podem ser confundidos com outras doenças. Não é incomum que os pacientes demorem por vezes mais de um ano até que cheguem ao diagnóstico definitivo. Os sintomas predominantes são fraqueza progressiva dos membros inferiores, dor lombar inespecífica, alterações progressivas da marcha, distúrbios esfincterianos (dificuldade para micção e constipação), impotência sexual (nos homens), distúrbios sensitivos nos membros inferiores, dentre outros.

Uma diferença destas fistulas de suas homônimas intracranianas é que eles não sangram e causam sintomas progressivos.

Também podem ser classificadas de várias formas, inclusive se fazendo uma confusão com as MAVs da medula, que se assemelham às MAVs do cérebro, essas com potencial hemorrágico.

A decisão de tratamento de uma fístula do canal medular é imperativa pois os sintomas são progressivos e, depois de certo tempo, irreversíveis. Quanto maior o tempo de duração dos sintomas até o tratamento, menor a chance de recuperação medular e dos sintomas. Trata-se portanto de uma urgência.

Elas também podem ser tratadas por embolização ou microcirurgia, sendo a embolização o tratamento de 1ª escolha e a cirurgia realizada na falha deste tratamento.

Os vasos da dura máter do canal raqueano devem ser cateterizados e pode-se utilizar cola (cianoacrilatos) ou Onyx para se realizar a embolização, sempre por via arterial.

Todo este procedimento é realizado numa sala de hemodinâmica, sob anestesia geral, sem dor para o paciente.

A duração da cirurgia depende do grau de dificuldade técnica do caso, podendo durar várias horas. Geralmente busca-se a cura em uma única sessão.

O paciente é encaminhado para UTI para observação.  Geralmente o período de internação é breve, 2 a 3 dias, e o paciente podem retomar suas atividades habituais em cerca de 1 semana, dependendo do grau de comprometimento funcional que apresente previamente ao procedimento. Fisioterapia e reeducação esfincteriana podem ser necessários no pós-operatório.

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